Tuesday, November 29, 2005
Monday, November 28, 2005


Vem-me à boca o sabor a sal de uma onda por nascer...
Apetece-me olhar o mar.
Espero pela próxima onda... Para me levar.
Sunday, November 27, 2005
Atravessa-me a secura!
O corpo seca... As veias secam-me...
O pensamento seca... As palavras secam-me...
Mas lá fora, continuam a cair as chuvas de inverno.
Sinto o cheiro da terra molhada.
Abraça-me a sensação dos odores molhados.
E quero continuar a sentir esta terra que me alimenta.
O corpo seca... As veias secam-me...
O pensamento seca... As palavras secam-me...
Mas lá fora, continuam a cair as chuvas de inverno.
Sinto o cheiro da terra molhada.
Abraça-me a sensação dos odores molhados.
E quero continuar a sentir esta terra que me alimenta.
Thursday, November 24, 2005

Não tenho a arte de bem falar nem de bem escrever.
Limito-me a saborear as palavras...
Aquelas que encontro e as que me escapam.
Têm um sabor agridoce... Um travo a morango com chocolate.
Gosto de as sentir nos meus lábios e na ponta dos meus dedos...
Das suas vibrações no céu da minha boca.
Agora, pode ser chocolate com morango.
É que não sinto os lábios e trago o céu da boca aberto...
À espera de novas vibrações.
Monday, November 21, 2005
Conheci umas pessoas que frequentam super-mercados de palavras. Ontem fui lá, para ver… As prateleiras estavam vazias. Sai e voltei para cá. Trazia o pensamento afogado numa chávena de café.
Foi então que me lembrei que, no dia anterior, tinha ouvido falar de um planeta novo… De mares gelados e de estrelas enfraquecidas. E volto a pensar nas prateleiras vazias.
Será por isso que os cães já não ladram? Mas há tanto para dizer…
Nas lojas da minha aldeia não costumava faltar nada. Haverá lá palavras nas prateleiras?...
Não acredito em viagens demasiado longas.
Não quero voltar às lojas da minha aldeia.
E se os cães voltassem a ladrar?
Volto a lembrar-me do planeta novo. Esqueço os super-mercados de palavras. Os cães voltam mesmo a ladrar, no planeta novo.
Sinto-me escorrer por entre letras luminosas.
Foi então que me lembrei que, no dia anterior, tinha ouvido falar de um planeta novo… De mares gelados e de estrelas enfraquecidas. E volto a pensar nas prateleiras vazias.
Será por isso que os cães já não ladram? Mas há tanto para dizer…
Nas lojas da minha aldeia não costumava faltar nada. Haverá lá palavras nas prateleiras?...
Não acredito em viagens demasiado longas.
Não quero voltar às lojas da minha aldeia.
E se os cães voltassem a ladrar?
Volto a lembrar-me do planeta novo. Esqueço os super-mercados de palavras. Os cães voltam mesmo a ladrar, no planeta novo.
Sinto-me escorrer por entre letras luminosas.
Saturday, November 19, 2005
DEAD CAN DANCE

«[...]
Entrego-me à vida que não se revela ainda que tudo contenha,
Decido-me hoje a cantar apenas os cantos de viril afecto,
Projectando-os ao longo da plena vida,
Legando, desde já, as formas de másculo amor,
Pela tarde deste delicioso Setembro dos meus quarenta e um anos,
Dirijo-me a todos os homens que são ou foram jovens,
Conto-lhes o segredo das minhas noites e dos meus dias,
Celebro a necessidade de companheiros.»
(POR CAMINHOS NÃO PERCORRIDOS; Walt Whitman)
Entrego-me à vida que não se revela ainda que tudo contenha,
Decido-me hoje a cantar apenas os cantos de viril afecto,
Projectando-os ao longo da plena vida,
Legando, desde já, as formas de másculo amor,
Pela tarde deste delicioso Setembro dos meus quarenta e um anos,
Dirijo-me a todos os homens que são ou foram jovens,
Conto-lhes o segredo das minhas noites e dos meus dias,
Celebro a necessidade de companheiros.»
(POR CAMINHOS NÃO PERCORRIDOS; Walt Whitman)
Thursday, November 17, 2005


São Asas, como estas, que nos fazem escapar da queda livre... Do mergulho no vazio... Na fronteira entre a plenitude e o nada... Entre o que fomos e o que queremos ser... Podes ver, agora, o mundo a teus pés... E pensas que talvez fosse bom fazer parte dele... Ou talvez não...
Deixo-me embalar pelas asas e sinto o ar a passar por mim... Ainda posso respirar?... Talvez!!!...
Agora vou descansar no meu pensamento. Apetece-me sentir-me... Até logo!... Para um novo voo.
Wednesday, November 16, 2005
Hoje não me apetece falar!... Quero saborear este silêncio.
Olha, vês aquela praia de areia vermelha? Não é a tua cidade preferida?
E as estrelas?... Ah!... Afinal são as luzes da tua cidade preferida.
Boa noite!... Bom dia!...
Olha aquele carro que se passeia pela praia... Não é o teu animal preferido?
Que fazes aí?... Mergulhas nessa silhueta solitária?
Já não ouves o sussurro de quem chama por ti?
Bom dia!... Boa noite!...
Acreditas na bola de cristal colorida?... Não parece um arco-íris de ilusão?
Talvez acredites nas cores que a vida ainda te pode dar...
Não as vês?... Como podes fechar os olhos quando o sol grita por ti?
Boa noite!... Bom dia!...
Queres parar o tempo?... Como o poderás fazer, se tens as mãos cheias de recordações?
O arco-íris escorre por entre os teus dedos... Não é a areia vermelha da tua praia preferida?
Quando as luzes da cidade se apagam, vejo uma estrela ascendente.
Bom dia!... Boa noite!...
Dorme!... Porque o dia acaba de acordar. Não o consegues ver?
Talvez seja aquele foco violeta que te cega o pensamento?... Hum?... Que dizes?
Não falas mais nada?... Então, DORME!...
Boa noite!... Bom dia!...
Olha, vês aquela praia de areia vermelha? Não é a tua cidade preferida?
E as estrelas?... Ah!... Afinal são as luzes da tua cidade preferida.
Boa noite!... Bom dia!...
Olha aquele carro que se passeia pela praia... Não é o teu animal preferido?
Que fazes aí?... Mergulhas nessa silhueta solitária?
Já não ouves o sussurro de quem chama por ti?
Bom dia!... Boa noite!...
Acreditas na bola de cristal colorida?... Não parece um arco-íris de ilusão?
Talvez acredites nas cores que a vida ainda te pode dar...
Não as vês?... Como podes fechar os olhos quando o sol grita por ti?
Boa noite!... Bom dia!...
Queres parar o tempo?... Como o poderás fazer, se tens as mãos cheias de recordações?
O arco-íris escorre por entre os teus dedos... Não é a areia vermelha da tua praia preferida?
Quando as luzes da cidade se apagam, vejo uma estrela ascendente.
Bom dia!... Boa noite!...
Dorme!... Porque o dia acaba de acordar. Não o consegues ver?
Talvez seja aquele foco violeta que te cega o pensamento?... Hum?... Que dizes?
Não falas mais nada?... Então, DORME!...
Boa noite!... Bom dia!...
Tuesday, November 15, 2005
Né Ladeiras

O coração abre-se e sangra. A voz balsâmica esconde-se por trás da cortina que queremos rasgar. Queremos de volta uma Né que nos sabe acordar... Porque não te vimos?
E agora, que a espera se torna longa, queremos o regresso de Né Ladeiras, para vestir de novo as tradições e contar-nos histórias que nos correm nas veias... Queremos, juntas, essas vozes de cá e de lá... Que o manto caia e as luzes voltem a acender... Que o luar faça nascer um novo dia, em que o sol brilha mais intenso e as mãos talham um novo mundo.
Lisa Gerrard

Muitas palavras poderiam ser inventadas para falar de uma realidade transbordante... Mas todas seriam poucas para revelar este universo que se ultrapassa a si mesmo.
Apetece-me cerrar os olhos e tornar-me num novo orgão, que se abre apenas para se deixar embalar nestas asas sonoras... Neste prazer que faz esvair o meu corpo e o transforma nas águas de um rio que corre sem cessar, mais baixo que a terra e mais alto que qualquer céu.
A carne constrói-se a cada dia... Das unhas que rasgam a pele e alimentam o sangue, nasce um novo corpo...
Monday, November 14, 2005

Lugar do início... Um princípio que se move em direcção a lugares distantes. Um encontro que ultrapassa o tempo. Onde não há passado, presente, nem futuro... De um tempo ausente. Porque a vontade da partilha ultrapassa lugares e tempo. Também desejo estar sempre contigo, num encontro infinito, que nos leve à eternidade.... Porque a força de um abraço não se apaga, mesmo quando a ausência se prolonga.
Sabes-me a amizade, daquela que pode ser mais profunda que todas as outras porque não se espera e acontece... E agora não a queremos parar.
Sabes-me a amizade, daquela que pode ser mais profunda que todas as outras porque não se espera e acontece... E agora não a queremos parar.