Thursday, January 12, 2006

Respiro o ar selvagem de árvores abandonadas... O vento corre solto pelas ruas e rasga-me o peito, penetra-me a pele. Engulo golfadas deste ar gelado... Procuro no horizonte um sinal do tempo que me possui. Olho o firmamento e os meus olhos embatem em bolas de luz... Estava capaz de jurar que acabara de ver luas suspensas... Presas por um fio... É a corda da imaginação que nos puxa para lá dos limites... Volto a olhar as luas suspensas, a balançar, tocadas pelo vento frio que me rasga o peito. Volto a beber o ar e a oferecer a minha pele. Há um encanto naquelas luas que me faz pensar no olhar da serpente, quando hipnotiza a sua presa. Não resisto... Entrego todo o meu corpo a bolas de luz... Dou-me a beber a luas suspensas... Na expectativa que o amanhã traga luas ainda maiores.

1 Comments:

Blogger C. (Carla Laranjeira) said...

As luas que, como disse o Bernardo Soares (que hoje, precisamente, citei)podem ser de "muitas cores". E esse encanto de uma brancura falsa, de luares (in)existentes em bolas de luz faz-nos esperar... Naturalmente...

3:53 PM  

Post a Comment

<< Home